Crítica | Psycho Goreman

Psycho Goreman
Data de Lançamento: 22/01/2021
Direção: Steven Kostanski
Distribuição: Shudder

Não é sempre que nos deparamos com um filme completamente louco, totalmente fora do comum e divertido em um só pacote como é Psycho Goreman (2021). Coberto com litros de sangue cenográfico, humor exagerado e piadas adolescentes, a produção nos leva por uma inacreditável jornada ao passado juvenil.

Embora não seja bem o tipo de filme familiar que alguém colocaria em um domingo à tarde, há diversão suficiente para ele ser adicionado à lista quando todos na casa já forem suficientemente crescidos e preparados para serem apresentados a obras no estilo trash recheadas de cenas gore.

Os irmãos Mimi (Nita-Josee Hanna) e Luke (Owen Myre) acidentalmente acordam um antigo ser alienígena sem nome, que havia sido condenado a uma sentença de milênios. Por que essa criatura havia sido aprisionada? Você pode estar se perguntando. Bem, ele simplesmente tentou destruir o universo depois de descobrir que era explorado por seus superiores.

Ao ser trazida novamente à realidade a criatura volta a ser determinada em sua jornada de destruição e ódio, até descobrir que a jovem e destemida Mimi possui um amuleto mágico que a controla fazendo com que o alienígena obedeça a todas as suas ordens.

Após esta descoberta, os irmãos decidem dar à criatura maligna o nome Psycho Goreman (interpretado por Matthew Ninaber) e logo em seguida pensam em um apelido para o monstro, passando a chamar ele de PG para facilitar.

O reaparecimento de PG desperta a atenção de outros seres por toda a galáxia. Há quem queira eliminá-lo por causa da destruição que ele pode vir a causar, enquanto outras criaturas querem apoiá-lo em sua empreitada.

Conforme as diversas criaturas da galáxia começam a se concentrar em uma pequena cidade terrestre, vemos que o destino de nosso planeta pode estar nas mãos de duas crianças, os irmãos Mimi e Luke. Mas, antes que isso seja percebido somos bombardeados com uma deliciosa dose de cenas e esquetes dignas de sitcom norte-americanas, que vão nos preparar para as cenas comoventes experimentadas no final do filme.

Mas por que estamos comentando sobre este filme? Em primeiro lugar, Psycho Goreman (2020) é um show de efeitos práticos. No filme podemos experenciar a visão de meninos-cérebro que rastejam lentamente até um policial zumbi suicida.

Merece destaque a escolha do figurino dos personagens alienígenas. Cada um com seu próprio traje específico que mais parecem uma mistura de Power Rangers com Doctor Who, passando por John Carpenter e David Cronenberg.

Sabendo da quantidade de trabalho que envolveu os efeitos apresentados na tela e que a opção pelos efeitos práticos é uma tarefa extraordinariamente ambiciosa nos dias de hoje, o filme é digno de ser assistido por apreciadores do gênero horror.

Mas não são apenas os efeitos práticos que garantem a diversão. O diretor e roteirista Steven Kostanski nos traz uma trama divertida e faz um trabalho de condução dos atores que realmente vendem todo o caos que está acontecendo na tela.

A atuação sinistra e quase impassível do Psyco Gore interpretado por Matthew Ninaber contrasta muito bem com a energia exagerada e o overacting de Nita-Josee Hanna no papel de Mimi.

Muitas cenas de luta com sangue, vísceras expostas e muito visual trash são entrelaçadas com homenagens a filmes e séries dos anos 80 e 90, que por mais absurdo que pareça faz de Psycho Goreman um filme que trata sobre assuntos do cotidiano humano tais como, o valor do amor e sobre como encontrar e se encaixar em uma família.

Mesmo que essa família consista em uma garota psicótica, uma mãe que não sabe escolher muito bem seu lado em uma guerra e até mesmo um monstro alienígena sedento por sangue.

No geral, Psycho Goreman (2020) é um filme que muito provavelmente se destacaria em qualquer festival de cinema, talvez se tornando um evento épico. Ele é comovente, sangrento, incrivelmente sem noção e com aquela cara de sessão da tarde.

Embora às vezes as atuações sejam exageradas demais, o longa-metragem realmente funciona. É um filme de família que deu muito errado, o que parece perfeitamente adequado para estes tempos loucos que estamos vivendo entre 2020 e 2021.