Crítica | Scare Us

Scare Us
Data de Lançamento: 21/05/2021 (EUA)
Direção: Ryan Henry Johnston
Distribuição: Virgil Films & Entertainment

         Contando com um elenco não conhecido e uma proposta interessante, “Scare Us” apresenta uma antologia de contos narrados por cinco personagens aspirantes a escritores que se encontram em uma biblioteca após o horário de funcionamento.

         Quando Peter (Tom Sandoval) pede para que os quatro colegas criem histórias de terror abordando seus medos pessoais, cada um põe pra fora suas maiores vulnerabilidades como angústias familiares, a claustrofobia de um relacionamento etc. O que eles não esperavam era que acabariam se tornando personagens em uma história macabra.

         Cada conto narrado aborda gêneros e estruturas diferentes, mostrando sempre o escritor como personagem principal enfrentando monstro, demônio e até um culto satânico. Apesar de algumas atuações fracas, os curtas são interessantes o suficiente para que consigamos deixar essa questão para trás – na maior parte do tempo. A produção também capricha nos pequenos detalhes de fotografia, iluminação e ambientação. 

         O problema maior do filme está no seu segmento final. Aqui parece que tudo o que foi construído nos curtas anteriores é deixado de lado e se torna algo fraco e genérico demais. Uma possibilidade é de que, como a maior parte dos curtas sejam voltados para o suspense e ao “sugestivo”, a falta de preparo dos diretores para cenas de ação foi camuflada, assim como a aparente falta de capacidade do elenco em conseguir correr e mostrar medo ao mesmo tempo. Ou de sentir medo e falar. Ou apenas de mostrar que sente medo. 

         O segundo curta elevou muito minhas expectativas e, devido a ele, acabei pondo mais fé em “Scare Us” do que deveria de fato, me deixando bem desapontado com o resultado final. O segundo curta, aliás, possui um “tic” de relógio como trilha de fundo que quase me deixa louco, atacando minha misofonia agressivamente. 

         “Scare Us” não é um ótimo filme, mas apresenta bons momentos. É um ótimo filme para assistir e não levar muito a sério e que, na verdade, serve como peça de auxílio para como desenvolver – ou não – uma história de terror.