Crítica | The Curse of Audrey Earnshaw

The Curse of Audrey Earnshaw
Data de Lançamento: 11/07/2020
Direção: Thomas Robert Lee
Distribuição: Vortex Media

Produção canadense escrita e dirigida por Thomas Robert Lee – este é o seu segundo longa metragem – The Curse of Audrey Earnshaw (2020) apresenta uma comunidade irlandesa isolada no interior dos EUA. A migração ocorreu ainda no século XIX. Embora o filme se passe em 1973, toda a imagética se relaciona com um filme de época, tal como A Bruxa (2015) ou As Bruxas de Salém (1996). De fato, não há nada que justifique o filme se passar nos anos 1970, se fosse pela informação exibida no início, jamais suspeitaríamos.

No ano de 1956, ocorreu um eclipse, depois do qual, a terra da região se tornou quase toda infértil. Apenas as terras de Agatha Earnshaw continuaram produtivas. Naquele mesmo dia, a fazendeira deu à luz a sua filha Audrey. A menina foi mantida escondida a vila por 17 anos. Um dia, porém, ela é avistada por um dos moradores e toda a dinâmica daquela pequena comunidade começa a mudar. Qual é o problema de Audrey?

Agatha é super protetora com sua filha. Ela a adverte de que homens são vilões que querem roubá-la. Audrey realmente desperta sentimentos dos homens que a vem. Um deles diz que a garota seria a criatura mais bonita que já havia visto. Ele se mata pouco tempo depois. Estaria a menina ligada ao suicídio? O fato é que Audrey se cansa de viver escondida. Ela reclama a todo momento de uma suposta passividade de sua mãe. Após a ver levar um tapa de um dos moradores, a jovem traça um plano de vingança.

Audrey lança uma maldição contra a esposa do fazendeiro agressor. É ela quem sofre as piores consequências, contando inclusive com uma cena de automutilação que, apesar de nada explícita, consegue causar arrepios nos espectadores. É somente no terço final que a narrativa realmente abraça o sobrenatural. Quando a revelação surge, porém, já é tarde demais. Faltou construção para que o plot twist fosse impactante.

Apesar de emular muito do clima construído por Robert Eggers em A Bruxa (2015), The Curse of Audrey Earnshaw (2020) não consegue ser tão impactante. O diretor e roteirista Thomas Robert Lee ainda tenta incluir uma narrativa de possessão que não vai para a frente e apenas nos frustra. O final é bastante semelhante ao de O Bebê de Rosemary (1968), mas sem a mesma força.

The Curse of Audrey Earnshaw (2020) é um bom filme na maior parte do tempo. Ele perde justamente nos momentos em que deveria apresentar sua força. O mistério é muito mal explicado. Há uma reviravolta, mas sentimos que a narrativa poderia ter seguido o mesmo caminho sem ela. Os elementos apresentados são muito pouco trabalhados, sobretudo as outras bruxas que aparecem.