We Need to Do Something
Data de Lançamento: 03/09/2021 (EUA)
Direção: Sean King O’Grady
Distribuição: IFC Midnight
Gravado por 17 dias em, basicamente, apenas uma locação, “We Need to Do Something” ressona com o isolamento e a paranoia atual, misturando realidade e fantasia numa narrativa que não se acanha em sua lentidão.
Presos no banheiro por conta de uma tempestade, uma família (mãe, pai, filho e filha) começa a se desesperar quando percebem que o resgate não está a caminho. A situação piora quando coisas sinistras passam a atormentá-los.
O filme, baseado em um livro de mesmo nome do autor Max Booth III, explana uma situação que é tensa desde o princípio. Com uma história que se inicia “depois de seu começo”, por assim dizer, o filme não gasta muito tempo explicando quem é quem. Todos os personagens e suas personalidades são explicadas em suas primeiras falas dentro da situação estressante em que eles se encontram.
A tensão interna, representada pela figura de Robert (Pat Healy), estressa desde o princípio do longa através de gritos, insinuações de uma suposta traição da esposa, Diane (Vinessa Shaw) e minúscula paciência com os filhos. Além disso, a filha mais velha, Melissa (Sierra McCormick) aparenta uma culpa suspeita diante dos acontecimentos. A situação externa começa a sair do controle quando, além da tempestade, coisas aparentemente sobrenaturais começam a ocorrer. Paranóia, ansiedade, fome, delírio. Todas as possíveis situações vão se mesclando em um frenesi que explode como uma bomba relógio ao final do longa.
O que pode não agradar a quem assiste é a lentidão que Sean King O’Grady conduz sua história, estendendo situações para elevar o nível de tensão e estranheza que a obra possui de uma maneira claustrofóbica, se mantendo em sua maior parte dentro do banheiro com seus personagens. Além disso, o final em aberto também tende a ser bastante criticado.
A história contada por “We Need to Do Something” lembra um conto lovecraftiano: tenso, longo demais e que demanda bastante imaginação de seu apreciador. Apesar de contar uma boa história, os pequenos tropeços na narração da história podem atrapalhar quem assiste a apreciar a esquisitice desse universo.
