Crítica | Estranho Passageiro – Sputnik

Estranho Passageiro – Sputnik
(Спутник)
Data de Lançamento no Brasil: 22/01/2021
Direção: Egor Abramenko
Distribuição: PlayArte

Sputnik é um filme russo que mescla ficção científica, ação e horror. É o primeiro longa do diretor Egor Abramenko, que havia dirigido, em 2017, o curta Passazhir, com orçamento de apenas 20.000 dólares. A história é basicamente a mesma, uma nave espacial soviética cai e apenas um dos cosmonautas sobrevive. O problema é que ele trouxe alguma coisa junto de viagem.

A história se passa em 1983, na União Soviética. No acidente, apenas o comandante Konstantin Veshnyakov sobrevive. Ele é levado para um centro de tratamento e é mantido como prisioneiro. A médica e pesquisadora Tatyana Yurevna Klimova, que estava sendo julgada por um tratamento não convencional dado a um paciente, é acionada pelo coronel Smiradov para ajudar com a situação.

A saúde do comandante Konstantin parece ótima. Ele está fisicamente recuperado do acidente e, apesar de uma amnésia referente ao momento do acidente, também aparenta estar bem psicologicamente. A grande questão é que ele não voltou sozinho do espaço. Tal como em Alien, o Oitavo Passageiro (1979), há uma criatura que vive dentro de seu corpo que apenas sai de madrugada. O cosmonauta tornou-se, ele mesmo, uma espécie de traje espacial para o alienígena.

O visual da criatura extraterrestre é bastante interessante. O CGI utilizado nela é bem feito. O E.T. tem um tempo de tela razoável. Tatyana tenta estabelecer uma comunicação com ele, embora não ela não atinja o que poderíamos chamar de sucesso. Após descobrir os segredos que Smiradov escondia, a médica se vê em meio a um dilema: ela deve se juntar às pretensões dos militares ou salvar uma vida?

Alguns conceitos poderiam ter sido melhor explicados para nos situarmos melhor na história, sobretudo no que diz respeito à relação fisiológica da criatura com o seu hospedeiro. O horror vai sendo deixado de lado na história à medida que Tatyana decide ajudar Konstantin. O último ato se perde um pouco, embora traga uma boa sequência de ação, o desenrolar é pouco frustrante.

Sputnik (2020) nos apresenta uma história intrigante que une ficção-científica espacial e conspirações militares, uma fórmula bastante atrativa. Embora o ritmo decaia no final, ao longo do seu desenvolvimento o filme consegue segurar nossa atenção. O investimento na computação gráfica compensou nesse caso, são poucas as cenas em que o CGI não convence. Vai agradar aos fãs de ficção científica, principalmente os que querem conhecer produções fora dos EUA.