XVII Fantaspoa | Corte Profundo

Corte Profundo
(It Cuts Deep)
Data de Lançamento no Brasil: 09/04/2021
Direção: Nicholas Payne Santos
XVII Fantaspoa

O filme conta a história de Sam, um homem de meia idade que não gosta de crianças e muito menos de casamento. Aparentemente ele demonstra gostar de sua namorada e se mostra confortável na situação que está. Já Ashley, a namorada, está querendo uma decisão sobre um compromisso mais sério que o namoro.
Sempre que Ashley sugere a palavra “casamento”, Sam desvia do assunto com piadas pornográficas e embaraçosas. Como o Natal está se aproximando e ele sabe que os pais vão pressioná-lo para se decidir sobre um compromisso mais sério, ele organiza uma viagem de férias apenas para ele e Ashley. Os dois vão para uma casa onde Sam passou toda a sua infância e que não visitava desde que um duplo assassinato ocorreu há 10 anos.

O que deveria ser um retiro tranquilo para o casal, acaba se tornando uma situação desagradável quando um antigo amigo de Sam, chamado Nolan, aparece e insiste em se intrometer entre o antigo amigo e Ashley.
O filme nos faz pensar se toda a situação se passa na cabeça de Sam ou a presença de Nolan é realmente uma ameaça ao relacionamento, já desgastado. Um segredo não revelado sobre o passado destes dois amigos deixa Sam profundamente desconfortável. Para impedir que um esqueleto do passado se transforme em um perigo, Sam precisa enfrentar Nolan, sem que Ashley desconfie de nada.
Corte Profundo nos confunde ao nos deixar sem saber o quanto da comédia ácida do filme é intencional e feita para ser estranha e o quanto disso foi mal feito por puro amadorismo em uma visão mais independente de cinema.

Em relação aos protagonistas infelizmente o que poderia salvar o roteiro seria a química entre o casal Sam e Ashley, mas infelizmente Charles Gould e Quinn Jackson não passam nenhuma credibilidade. É difícil embarcar na questão de se eles devem ou não se casar quando, na verdade, o tempo todo achamos que eles parecem mais irmãos ou colegas de trabalho do que um casal.

Não é que a atuação seja ruim, apenas parecem deslocados no filme. Todos acabam se acomodando em seus papéis, o que faz com que o filme fique cada vez mais monótono enquanto avança.

A metade do longa-metragem se passa com o objetivo fazer com que o público se pergunte o que realmente está acontecendo entre Sam e Nolan, qual é o segredo e quem pode ser o verdadeiro vilão. É incrivelmente improvável que a última revelação vá chocar alguém.

O filme esquece do tema inicial apresentado, o confronto enigmático entre os Sam e Nolan faz com que esqueçamos que lá no seu início o tema era “medo do compromisso”.
O filme termina e sinceramente não sabemos se tudo foi minuciosamente planejado pelo diretor e roteirista, Nicholas Payne Santos, ou se acabamos de assistir um resultado acidental de atores independentes e cineastas novatos se atrapalhando e entregando o trabalho de classe em cima da hora para não perder a nota.