A Noite do Chupacabras

A Noite do Chupacabras
Data de Lançamento: 25/11/2011
Direção: Rodrigo Aragão
Distribuição: EMS Films

Segundo filme do diretor e roteirista Rodrigo Aragão. Em seu filme anterior, Mangue Negro (2008), já havia demonstrado uma grande habilidade enquanto criador. Em A Noite do Chupacabras (2011), o diretor explora uma lenda urbana muito conhecida. A produção, assim como no longa anterior, fica por conta da Fábula Negra Produções.

O roteiro trata em particular da rixa entre as famílias Silva e Carvalho. As constantes brigas acabam por camuflar os ataques do chupacabras. Ao mesmo tempo em que as famílias se mantém em pé de guerra, o número de vítimas da estranha criatura apenas aumenta. Um ataques já abre o filme. Os olhos brilhantes da criatura aumentam nossas expectativas quanto à sua aparência.

O cenário de cidade pequena, junto à competente trilha sonora e demais elementos culturais brasileiros, nos situa naquela imaginária cidade do interior que temos em nossa imaginação. Lá se reúnem personagens caricatos, religiosidade popular e lendas assustadoras. O cenário já cria uma conexão e gera expectativas que, temos que confessar, são cumpridas de forma satisfatória.

A história começa com o casal Maria e Douglas, que caminha da estação de trem até a casa de parentes. No meio do caminho encontram uma onça morta. Ao que tudo indica, não foi um caçador o responsável, mas sim algum outro animal. A grande questão é qual tipo de bicho pode matar uma onça pintada. A resposta, assim como em Mangue Negro (2008), pode estar nas entranhas da sabedoria popular.

O pai de Douglas está preocupado com os animais que aparecem mortos pela manhã. Segundo ele, o diabo está rondando o sítio da família, mas o filho suspeita dos integrantes da família Carvalho. A rixa entre as famílias é antiga e bastante violenta. A gota d’água que coloca fim à frágil trégua ocorre em um bar. A cena é bastante icônica, há violência, há vômito e há pequenas doses de humor que complementam as ações.

O visual do chupacabras não decepciona. Ele lembra bastante as descrições em jornais dos anos 1990. O barulho produzido para a criatura combina com o visual. Tampouco decepcionam as cenas de luta entre os Silva e os Carvalho. Elas são bem sangrentas, no estilo do diretor. Aragão também não abandona as referências a clássicos do horror, como, por exemplo, a série Evil Dead.

Na conclusão apoteótica, dois rivais cobertos de sangue lutam fisicamente contra a criatura. A diversão é garantida. Rodrigo Aragão acerta no ritmo. Ainda existe uma ou outra cena que poderia ser resumida, encurtando a duração. Assim como em Mangue Negro, o horror parece não ter fim, o que gera sequências de cenas épicas. A última cena, em especial, guarda uma surpresa.